A iniciação científica realmente é vital para que o aluno de graduação não só aprenda como realizar experimentos e trabalhar em sua área escolhida, mas também para que o mesmo fique íntimo com o conceito de ''o que é ciência'' e como saber quando você fez ciência, já que esses conceitos são abstratos para nós, tanto que muitos pensadores e cientistas tentaram defini-los e que por isso ouvimos frases como ''eu realizei ciência'' no dia a dia de forma erroneamente aplicada. Além disso, ''dominar o desconhecimento'' é uma ótima linha de raciocínio e relembra que a ciência não é exata, é uma aproximação/dedução do que é mais provável de estar certo, porém nunca (ou quase nunca) pode ser confirmado definitivamente, já que a ciência não é estática nem linear. Para estimular o conhecimento científico, eu sempre sou a favor de mostrar a pluralidade de métodos científicos para mostrar que a ciência não é limitada e que existem múltiplos caminhos para chegar aos resultados.
O Ensino por Investigação.
Prezados, o ensino por investigação nas aulas de Ciências tem como objetivo principal não o de formar cientistas, mas sim ensinar o aluno a pensar. Desta forma, toda situação de aprendizagem deve ter como ponto de partida uma situação-problema, que deverá ser contextualizada e mobilizadora. Neste modelo de ensino, não entregamos as respostas prontas para os alunos, mas sim, mediamos a busca deles pelas mesmas, que devem ser construídas por eles numa relação dialógica com o professor, que dará feedbacks direcionadores para auxília-los nesta construção do conhecimento. Isso não quer dizer que o professor se torna apenas um articulador, já que em diferentes momentos dentro deste processo, tal profissional deverá promover a sistematização das informações tratadas, ou seja, dos conteúdos, mas de forma diversificada tanto em relação as fontes quanto à metodologia e os recursos utilizados.
Ao ler esse artigo, o que te chamou mais a atenção? Você concorda com esse modelo de ensino? Professores e alunos estão preparados para tal modelo? Quais os pontos facilitadores e/ou dificultadores da implantação desta proposta?
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O ensino por investigação nas aulas de Ciências.
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A importância da iniciação científica para o aluno da graduação
Paulo Sérgio Lacerda Beirão *
O acelerado crescimento do conhecimento nos últimos anos tornou impraticável o ensino tradicional baseado exclusivamente na transmissão oral de informação. Em muitas disciplinas já não é possível, dentro das cargas horárias, transmitir todo o conteúdo relevante. Mais importante ainda, o conhecimento não é acabado, e muito do que o estudante precisará saber em sua vida profissional ainda está por ser descoberto.
O desafio da universidade hoje é formar indivíduos capazes de buscar conhecimentos e de saber utilizá-los. Ao contrário de outrora, quando o importante era dominar o conhecimento, hoje penso que o importante é "dominar o desconhecimento", ou seja, estando diante de um problema para o qual ele não tem a resposta pronta, o profissional deve saber buscar o conhecimento pertinente e, quando não disponível, saber encontrar, ele próprio, as respostas por meio de pesquisa.
Não será fazendo de nossos alunos meros depositários de informações que estaremos formando os cidadãos e profissionais de que a sociedade necessita. Para isto, as atividades, curriculares ou não, voltadas para a solução de problemas e para o conhecimento da nossa realidade, tornam-se importantes instrumentos para a formação dos nossos estudantes.
É dentro desta perspectiva que a inserção precoce do aluno de graduação em projetos de pesquisa se torna um instrumento valioso para aprimorar qualidades desejadas em um profissional de nível superior, bem como para estimular e iniciar a formação daqueles mais vocacionados para a pesquisa.
Para desenvolver um projeto de pesquisa é necessário buscar o conhecimento existente na área, formular o problema e o modo de enfrentá-lo, coletar e analisar dados, e tirar conclusões. Aprende-se a lidar com o desconhecido e a encontrar novos conhecimentos.
Os mecanismos institucionais para esta inserção são os estágios curriculares e a iniciação científica. Precisamos ampliar a iniciação científica como uma atividade curricular, valendo crédito e devidamente avaliada, para possibilitar uma melhor formação dos nossos estudantes.
A Semana de Iniciação Científica faz parte do esforço de valorização desta atividade, porque dá ao aluno a oportunidade de expor o seu trabalho aos demais membros da comunidade universitária. A participação de todos, com críticas e sugestões aos trabalhos apresentados, representa uma grande contribuição à formação de nossos alunos.
* Pró-Reitor de Pesquisa
Fonte: https://www.ufmg.br/boletim/bol1208/pag2.html
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